29 janvier 2007

Celeste

Celeste,
Dizia que vinha de outras bandas :
" Nem de leste nem d’oeste ",
e eu a contestar :
" assim não sobra mais lugar ! "
Ah, Celeste !
Se eu te dissesse :
" hoje acredito, viestes não sei donde,
e me levou… mas pra onde ? "
Porque desde o dia em que te vi
me encontro aqui.
Desde então o mundo é feito vão,
olho pelos buracos, so encontro o vacuo.
Celeste
chegou em boa hora,
e nem bem me encontrou, foi embora.
Ai o mundo apagou
e nunca mais vi a aurora…
A vida passa devagar
nesse lugar desencantado…
Não sei por quais bandas anda
mas ouça esse meu pesar :
" Desde que cheguei
não pensei em outra coisa.
Não ha de beber, de comer…
O relogio estagnou, não cresço.
Vivo um eterno instante do avesso !
Tudo tornou-se uma insônia,
não ha mais sonhos nesse vagar,
durmo de olhos abertos.
As coisas… um incessante desfilar…
E o tempo, é morno
nunca mais tive calor, nem frio,
nunca mais fiquei no cio ! "
Eh com todo zêlo
que faço essa espécie de apelo,
aos céus que não são de leste ou d’oeste :
" Devolvam a mim a Celeste ! "

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