Nunca pensei que ela pudesse agir tão rapido ! Foi ontem de manhã, enquanto ainda fazia noite que a vi, assim de relance, do canto do olho. Passou sem deixar poeira. Eu lembro de quando achava que ela era mesmo uma estrela... Isso me entristecia, de desejar alguma coisa, do alto da minha pequenês acidental, ao mesmo tempo em que uma estrela morria. Porque afinal, se ela caia e sumia na escuridão do céu, era mesmo porque não tinha mais vida ! As pessoas diziam " estrela cadente " ao invés de " estrela morrente ", porque essa era umas das idéias mais tristes do mundo. Eu, ca comigo, nunca consegui entender como meu desejo poderia alcançar a grandeza celeste. Afinal de contas, era uma estrela que morria ! Nunca deixei de fazer meu desejo, com certo ardor, mas nada me tirava da cabeça que cada vez que viamos uma " estrela cadente ", as pessoas perdiam um pouco a razão… Como podiam passar sem se dar conta do momento tragico que vivenciavam ? Naquele exato instante dramatico da esfera celeste, la estavam, olhando para o céu… no momento mesmo que a estrela caia ! Para mim esse acontecimento sempre foi uma espécie de castigo. O consolo residia na possibilidade de fazer um pedido, mas eu sempre me senti " escolhida " para ver a morte da estrela. Era como ser escolhida para participar de um sacrificio…
Algum tempo depois descobri toda a verdade sobre as tais " estrelas cadentes " e isso me aliviou. Foi então que passei a procura-las pela noite, sempre que podia andar olhando para o céu. Ontem de manhã a vi, tão inesperadamente, porque eu acabara de abrir os olhos, e ia caminhando numa existência diurna. Ela passou por mim tão depressa, que na pressa, sem nem saber se a tinha visto, fiz meu pedido. Foi assim, rapido, que tudo se deu, e ele saiu embolado, meio torto, desengonçado. E então, na manhã de hoje, quando ja fazia dia, não é que ele chegou sem mesmo bater na porta ? E eu pensei comigo " muito eficientes, essas estrelas cadentes ! "
Algum tempo depois descobri toda a verdade sobre as tais " estrelas cadentes " e isso me aliviou. Foi então que passei a procura-las pela noite, sempre que podia andar olhando para o céu. Ontem de manhã a vi, tão inesperadamente, porque eu acabara de abrir os olhos, e ia caminhando numa existência diurna. Ela passou por mim tão depressa, que na pressa, sem nem saber se a tinha visto, fiz meu pedido. Foi assim, rapido, que tudo se deu, e ele saiu embolado, meio torto, desengonçado. E então, na manhã de hoje, quando ja fazia dia, não é que ele chegou sem mesmo bater na porta ? E eu pensei comigo " muito eficientes, essas estrelas cadentes ! "
3 commentaires:
a vida de uma estrela é um eterno conflito.
ora cede à sua gravidade própria e implode seu núcleo, ora implode seu núcleo e repele sua gravidade.
vez ou outra, uma das coisas prevalece e adeus estrela.
é triste. enfim..
T.
outra coisa..
gosto do seu texto. se você quiser colocar alguma coisa neste endereço(www.afinaldecontas.com/paraler.htm), ficarei feliz em dividir o espaço com você. ainda estou muito solitário e preciso de companhia para demonopolizar.
um beijo..
T.
não acho essa coisa da estrela triste...
Bonita esse dialética da implosão, mas acho que isso é tão triste quanto o nascimento de um bebê.
Em oposição a isso tem um coisa que acho triste, a cristalização das coisas, a tentativa de negar (cegueira forçosa) a transformação.
Esse tipo de implosão não é triste, tudo morre ou nada morre, é preciso escolher o ponto de vista.
Oque as vezes chamamos de fim, é só um pedacinho de uma dança imensa.
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