10 avril 2007

palavras, palavras...

Na poeira da noite, que na noite eu quase não via. Não via nada a não ser a noite, e ela seguindo assim no seu caminho de noite luzia. So que eu, com meus olhinhos esquisitos nada não sabia, so a noite é que era sabia e seguia… a luz, que era parte da noite eu não, nem nada não. Não sabia o que era, nada, mas ia tateando assim sem guia. Eram minhas mãos que iam, procurando a densidade, mas so achavam imensidão ; levavam meu corpo, que seguia. A noite, ela nem não me via, ela era so noite, e eu ; ela mesmo me sentia. Sentia que era ela e algo, que na imensidão se sacia. Não saciava nada porque nada não via, so tateava, mas mais me perdia. Eram as mãos que não sentiam, nada além da noite vazia.
Na névoa da madrugada, que ja era amanhecida, eu andava. Ia, ia, e minhas pernas paradas. Eram meus olhos os guias, porque viam tudo o que não se tocava. Eles viam viam, mas so analisavam, não havia nada, nenhuma magia. Os olhos, na madrugada fria, que a névoa ja fazia dia. Meus olhos me caminhavam mas eu nada não via, como na noite, eu nada não sentia. Os olhos e as mãos, e o vazio, que era, mesmo de dia.
No calor do tempo cinzento, que prometia chuva. Foi assim sem cabimento, que eu não coube mais em mim. Mais a chuva caia, e eu voava com o vento. Era o mundo que chorava,e eu assim me achava, numa agua, e tudo me cedia. Era sede que pulsava, e eu e a chuva, a gente seguia.

1 commentaire:

Gonçalves a dit…

lembrei daquela musica italiana.
"parole, parole, parole"
hehehe
beijo