Olho essa pagina em branco e imagino todo um mundo… Outro. Porque se imaginasse aquilo que ja existe, que tem uma forma, então não estaria olhando assim, sem razão, essa folha em branco. Essa é a condição do escritor. Olhar aquilo que ainda esta em branco, à ser escrito. E no entanto, enquanto escritor, ha de se pensar no que se viveu, no que ja se tornara realidade nos momentos antes de contemplar o que ha de ser. Nesse sentido o escritor é um idealista. Pensa naquilo que ainda não esta – partindo, como todo ser humano – daquilo que ja foi, do passado. Pensa num futuro mais que incerto, que não se tornara « realidade », no sentido mais quadrado da palavra realidade. Porque são inumeros personagens, situações ficticias, momentos inexistentes que ele desenha, como um pintor. Mas o fato de dar-lhes palavras, e fixar-lhes no tempo – ainda que esse seja apenas o tempo do papel – é como se construisse toda uma nova existência.
A dinamica de lutar por aquilo que se sabe impossivel é como escrever uma poesia. Ela não tem sentido em termos de realidade, esse conceito um tanto quanto estreito… Ela tem algo que so as almas sensiveis são capazes de compreender, que é o que chamamos de transcendência. Fazer um poema, tanto quanto viver uma « idealidade », é atravessar verticalmente, vertiginosamente, o que chamamos de "real". Tudo esta ai, e tudo não passa do que esta ai, e tudo não muda so porque esta ai ?!?
Certamente não ha de se resumir à condição de « idealidade »… porque não ha nada pior do que não ser um corpo, do que não ter sentimentos mortais, sofrer e rir, e fazer besteiras de vez em quando. Ser um ente ideal é como participar da inexistência. A figura do vampiro, que sofre por um momento, mas que não sofre as consequências desse sofrer… porque é imortal, porque esse sofrimento é so um segundo do tempo absoluto em que vive… Como ja estabelecera Einstein, o tempo não pode ser outro senão relativo… Eu quero mais é ser Frankstein, esse ser feito de pedaços de existências, que tenta se construir a cada instante, que procura, incessantemente sua identidade. Que experimenta. Eu quero é experimentar a vida, e que ela me dê tudo aquilo que eu possa fazer caber em mim ; essa chance que é estar aqui, e agora.
A dinamica de lutar por aquilo que se sabe impossivel é como escrever uma poesia. Ela não tem sentido em termos de realidade, esse conceito um tanto quanto estreito… Ela tem algo que so as almas sensiveis são capazes de compreender, que é o que chamamos de transcendência. Fazer um poema, tanto quanto viver uma « idealidade », é atravessar verticalmente, vertiginosamente, o que chamamos de "real". Tudo esta ai, e tudo não passa do que esta ai, e tudo não muda so porque esta ai ?!?
Certamente não ha de se resumir à condição de « idealidade »… porque não ha nada pior do que não ser um corpo, do que não ter sentimentos mortais, sofrer e rir, e fazer besteiras de vez em quando. Ser um ente ideal é como participar da inexistência. A figura do vampiro, que sofre por um momento, mas que não sofre as consequências desse sofrer… porque é imortal, porque esse sofrimento é so um segundo do tempo absoluto em que vive… Como ja estabelecera Einstein, o tempo não pode ser outro senão relativo… Eu quero mais é ser Frankstein, esse ser feito de pedaços de existências, que tenta se construir a cada instante, que procura, incessantemente sua identidade. Que experimenta. Eu quero é experimentar a vida, e que ela me dê tudo aquilo que eu possa fazer caber em mim ; essa chance que é estar aqui, e agora.
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