13 janvier 2009

Destino

ltimamente me olho no espelho e imagino o quão velho serei
Ultimamente me olho no espelho e imagino o quão velho serei. A barba branca, comprida, amarelada, os finos cabelos, o olhar longinquo, e meu corpo que estara aqui. Num momento passo à essa outra visão, terrivel, onde vejo um velho lânguido, sem olhar nenhum, sem consciência. Logo penso que talvez nem mesmo chegue a ser velho, que posso morrer amanhã num acidente de carro, ou aos 40 anos, de uma doença genética. O que me é impossivel pensar é essa pessoa que sou, sem futuro algum. Digo, acredito num nominalismo que aposta nas experiências que construimos no momento mesmo em que vivemos; certamente essas experiências tem uma consequência em nossa existência. Como Sartre, os nominalistas não se fiam à nenhuma essência real, mas à construção do sentido, da essência, da experiência, dos valores, ou seja, da forma como compreendemos a propria existência. Assim, sou cheio de responsabilidades sob aquele velho em que tornar-me-hei um dia. O que não consigo conceber é essa indeterminação - inerente à toda forma de existência – aplicada à minha propria ! Sou eu que construo o velho que vejo em minha imaginação, mas não consigo me livrar da pretenção de que algo me esta reservado… Sou eu que convivo comigo mesmo, e com as inumeras possibilidades que dormem naquilo que chamamos « realidade » ; mas algo nessa existência tem que me ser proprio, meu, à mim destinado! Não posso ser como todos os outros, e continuar à deriva, existindo e fazendo escolhas sem nenhuma razão por tras… Se vou me tornar um « velho sem olhar », que isso me esteja destinado !

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