15 janvier 2010

Tempo morto

Pensei se pensava em mim, um instante, antes de pegar no sono, ou na fila do banco. Pensei que agora que faziamos tudo pela internet talvez não pensasse mais em mim, não tinha mais tempo morto. Porque afinal, apesar de não ter morrido, faço parte desta historia morta. Assim, você não ha de pensar em mim em qualquer outro momento, além do seu tempo morto. Isso me conforta, quer dizer que não ocupa a cabeça com pensamentos inviaveis. Não sei se sabe, mas dizem que na vida não devemos dar espaço ao que é impossivel ou inviavel. Sobretudo aos amores impossiveis. Parece que uma hora perdemos a esperança, e ficamos cabisbaixos para toda a vida. Não desejo que seja uma pessoa cabisbaixa, pois so poderia admirar o chão, e se me lembro bem, você gostava de admirar as estrelas. Ou talvez tenha me dito isso para fazer tipo, porque dizem que duas pessoas que admiram as estrelas juntas estão apaixonadas. Eu lembro de termos admirado as estrelas juntos, mas não me lembro se estivemos apaixonados. Estivemos lado a lado. é por isso que estive pensando se pensava em mim, pois ca estamos, cada um num canto. Eu penso, um pouquinho, mas não tenho certeza se é em você. é uma imagem de você, uma sensação. O cheiro do perfume (ou seria o cheiro do seu casaco?), a maneira como pronunciava as palavras, e as distinguia umas das outras. Tudo em você parecia distinto. Eu mesmo, do seu lado, parecia distinto. Esquecia de mim. Esquecia tanto de mim que hoje em dia, apesar de não estarmos no mesmo lugar, ainda tenho dificuldades de pensar menos em você e lembrar mais de mim. Foi por isso que pensei se pensava em mim; eu sim, penso. E esse pensamento me ocupa tanto que nem tenho mais tempo pra mim, um tempo morto...

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