05 août 2010

A primeira separação

A separação é como um copo vazio; um corpo vazio. Não falo daquela separação sem esperança, doida, nem da resignação necessaria diante da morte. Trata-se de uma situação em que a alma espera, na espreita. Ela espera que algum barulho venha quebrar este "não lugar" em que se encontra. Como se estivesse suspensa por fios invisiveis. Ou fosse um boneco dentro de uma casinha de brinquedo. Como se fosse inexistente, num tempo de sonho, de ilusão. Parece que esta brincando de esconde-esconde, e num dado momento você saira de tras da porta, e tudo voltara a ser o que era antes. Assim, a alma sente uma certa animação em estar escondida, sem saber ao certo quem esta procurando quem. Minha alma às vezes te procura, e espera, ansiosamente, carinhosamente, que você a procure também. Mas às vezes a alma cansa de brincar, e quer logo te ver, porque o tempo torna-se esquisito, tudo parece de mentira, e até começa a duvidar se a sua presença foi um dia real. A primeira separação é como uma respiração em suspenso. 

1 commentaire:

Anonyme a dit…
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