Um fragmento :
fim do dia, o céu escurecendo mais cedo, a sensação da noite fria acolhendo o
espírito. Enquanto eu andava ao longo do trilho do trem, meus olhos não
conseguiam se desprender da disposição das nuvens. Ainda visíveis, como um último ato antes da noite
feita de breu. Dançavam. Se misturavam feito tinta, umas nas outras. Insinuavam
movimentos misteriosos, e naquele momento em que eu as observava, andando pela
noite fria, foi como se me sussurrassem o segredo do universo. Um pouco mais
adiante as luzes da rua brilhavam cheias de esperança. As lojas, os postes, os
carros, o vai e vem… tudo, numa mesma ação, ilustrava a riqueza da vida. Era
apenas uma rua de comércio situada numa cidade qualquer, onde a noite caía
rápida e outoniça, mas essa visão - um relâmpago, um instante – me dizia mais
sobre a vida do que tudo o que eu experimentara e conhecera até então.
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