14 octobre 2012

Fragmentos de memória

Um fragmento : fim do dia, o céu escurecendo mais cedo, a sensação da noite fria acolhendo o espírito. Enquanto eu andava ao longo do trilho do trem, meus olhos não conseguiam se desprender da disposição das nuvens. Ainda visíveis, como um último ato antes da noite feita de breu. Dançavam. Se misturavam feito tinta, umas nas outras. Insinuavam movimentos misteriosos, e naquele momento em que eu as observava, andando pela noite fria, foi como se me sussurrassem o segredo do universo. Um pouco mais adiante as luzes da rua brilhavam cheias de esperança. As lojas, os postes, os carros, o vai e vem… tudo, numa mesma ação, ilustrava a riqueza da vida. Era apenas uma rua de comércio situada numa cidade qualquer, onde a noite caía rápida e outoniça, mas essa visão - um relâmpago, um instante – me dizia mais sobre a vida do que tudo o que eu experimentara e conhecera até então.  

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