Nunca
quis que a maior « aventura » da minha vida fosse ser mãe. Porque « ser
mãe » é um papel entre muitos outros que quis encenar, ainda que nunca
tenha sido dada para o teatro. Mas já me tinham dito: “o amor por um filho é um amor
incondicional…”… Nunca acreditei nesses
”lieux communs”… Nunca dei muito pro sentimentalismo. Minha vontade sempre foi
ser prática, ávida, ativa. Mas foi como se tivesse sido tragada… pelo tal de
amor incondicional. Ele existe, e traga. Como se fôssemos um líquido, e
descessemos num só gole. Num momento ele não existe, e no outro não poderíamos
mais viver sem conhecer o seu significado. Posso pensar em inúmeras
possibilidades, em outras e tantas e muitas ações e reviravoltas possíveis
nessa loucura que se chama realidade… mas uma coisa é certa, e imutável :
ser mãe será, de todas as aventuras, a maior que a minha vã existência poderá
experimentar.
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