A verdade, mais a gente se esconde dela, mais ela se revela com maior intensidade… Como se ela transbordasse, um rio cheio da agua da chuva. A vida chove nas nossas verdades… afogando a maioria delas. Ela nunca é a mesma, porque tudo é movimento, e a gente não entra duas vezes no mesmo rio… mas ela é sempre presente, como uma gaveta onde a gente guarda coisas importantes. Uns papéis que perdem seu valor, e outros que guardamos sempre, até o dia em que nos perdemos a validade… A verdade muda, mas nem por isso é qualquer coisa. Ela tem um nome, é assim que garante sua existência ; sempre presente, sua caracteristica é de ser imediata, ela é sempre. Incontestavel, absoluta… E mesmo quando muda não perde seu posto.
Então, é ela, aquela que permanece na mudança, que se opõe à soberania do Tempo, que escapa da efêmeridade da existência ?
Um dia, em meio a minha pequenês humana, eu quis me transformar numa verdade, e ser eterna. Queimei meus olhos com a claridade, e passei a viver no escuro. Mesmo assim ainda me sentia sem fim, porque o orgulho so acaba quando da risada de si mesmo. Nessa época ele se alimentava do prazer mediato de servir a si mesmo. Segui cega, acreditando ser absoluta. Me faziam rir às gargalhadas as infimidades da vida… um verme que vive cinco horas, a cigarra que passa sua existência procriando e cantando… tudo tão fugas. Eu, eu era diferente… eu era eterna !
Um dia, sem motivo aparente, cansei de existir. Quis me esconder da realidade, passar para o outro lado do espelho. Mas nem a sombra da arvore conseguia apagar a minha sombra do chão. Eu era, e não tinha jeito de eu não ser. Foi de uma vez, num grito, que da minha garganta, bem la do fundo, sairam umas palavras… o nascer do sol, o crescer da borboleta, o bater das asas, o vento que sopra… Quanto mais eu ia cantando momentos, mais eu me desfazia no tempo. Até que um dia percebi que me tornara parte do engano que é a condição mesma de ser humano. Vi o sol completar sua meia lua, e numa poeira de luz desapareci.
Então, é ela, aquela que permanece na mudança, que se opõe à soberania do Tempo, que escapa da efêmeridade da existência ?
Um dia, em meio a minha pequenês humana, eu quis me transformar numa verdade, e ser eterna. Queimei meus olhos com a claridade, e passei a viver no escuro. Mesmo assim ainda me sentia sem fim, porque o orgulho so acaba quando da risada de si mesmo. Nessa época ele se alimentava do prazer mediato de servir a si mesmo. Segui cega, acreditando ser absoluta. Me faziam rir às gargalhadas as infimidades da vida… um verme que vive cinco horas, a cigarra que passa sua existência procriando e cantando… tudo tão fugas. Eu, eu era diferente… eu era eterna !
Um dia, sem motivo aparente, cansei de existir. Quis me esconder da realidade, passar para o outro lado do espelho. Mas nem a sombra da arvore conseguia apagar a minha sombra do chão. Eu era, e não tinha jeito de eu não ser. Foi de uma vez, num grito, que da minha garganta, bem la do fundo, sairam umas palavras… o nascer do sol, o crescer da borboleta, o bater das asas, o vento que sopra… Quanto mais eu ia cantando momentos, mais eu me desfazia no tempo. Até que um dia percebi que me tornara parte do engano que é a condição mesma de ser humano. Vi o sol completar sua meia lua, e numa poeira de luz desapareci.
4 commentaires:
É triste, mas também bonito. Lembra-me bastante Clarice Lispector, você gosta?
Obrigada...
Eu nunca li Clarisse Lispector... você tem alguma sugestão pra começar?
eu
.(outro na multidão).
tenho, Mlle. Ikeda:
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................"A maçã no escuro"
Vou atras da sugestão!
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