Antes de ir-me,
espero que me
aconteça uma sequência de fatos
os mais chatos,
os mais vãos.
Que o dia amanheça
nublado
mas não nebuloso.
Que me sirvam o café
bem quente,
o pão morno
e um prato de
arroz-feijão.
Um sino há de tocar,
ou o apito de um trem.
Nada de telefone, interfone, internet.
Apenas um rádio de pilha.
Se o locutor se puser a tagarelar notícias,
(corriqueiras)
a familiaridade do mundo há de desabar sobre mim
como só sente quem viveu.
Acontecimentos de um dia
igual a todos os outros.
Hei de receber a
visita de um próximo
acompanhado por uma criança
“não mexa aí, não suba na cama!
Bom, já vou indo, até a próxima semana...”
A tarde,
me sentirei chegando ao fim,
como o dia.
Uns versos me virão à idéia,
assim como uma preocupação.
Me ressentirei,
pego pelo sono
por uma metade de melodia
pelos movimentos mornos
por um começo de apatia
pelo fim de uma canção.
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