E porque alguma coisa tinha feito com que parasse no
tempo.
Que ficasse estacionada numa época indefinida,
situação entre o fim da infância e o começo da idade madura.
Perguntava-se se aquilo do que tinha mais medo
continuava sendo a morte dos pais, como quando somos pequenos.
Ainda que outra geração tivesse lhe sucedido.
E porque alguma coisa tinha feito com que parasse no
tempo
observava os acontecimentos se sucederem uns aos
outros sem julgamento.
Imaginava o retorno de uma situação algum dia atual, e
por consequência inexistente.
Como se contasse uma história à si mesma.
Que ficasse estacionada numa época indefinida.
Afinal, o que bem poderia surgir de uma sequência de
momentos, além de outros momentos?
Porque alguma coisa tinha feito com que parasse no
tempo
mas não se lembrava de ter querido as coisas assim.
Teria se escondido
ao ver a própria sombra
e intuir o inverno?
A ficar estacionada numa época indefinida, mais
preferia a reiteração de um dia.
Trataria de se divertir como Phil Connors, e se
apaixonar.
Porque alguma coisa
(um desejo, um drama, um anseio)
tinha feito com
ela, que insistia
numa situação entre o fim da infância e o começo da
idade madura.
Que parasse no tempo.
Não sabia fazer diferente.
Ficasse estacionada numa época indefinida
porque todo o resto era apenas uma imitação do que imaginava
da idade madura,
ou nada mais lhe surpreendia.
E porque alguma coisa tinha feito com que parasse no
tempo
que ficasse estacionada numa época indefinida
situação entre o fim da infância
e o começo da idade madura
repetia as mesmas palavras a si mesma
mesma
mesma
mesmacom medo de perder as frases e a existência.
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