Feita de açucar e clara de ovo.
Amorteceu o ruído da vida, os pequenos problemas.
Soterrou os grandes.
Iluminou a noite, de maneira estranha
a realidade, como cenário de um souvenir de um lugar imaginado.
O
poste olhava para as próprias mãos de trepadeira.
Envolto
numa manta branca, parecia se arrepender,“sentia muito”.
Noutros
lugares, dava outros efeitos.
As
sombras imprimiam relevos nas paredes. A impressão de altitude.
A capacidade de diminuir o espaço.
As
ruas e parques, feito cômodos atapetados de um castelo.
Só
faltaram os escudos, as espadas, a corôa, e o unicórnio.
Ou
as travessas de uma cidade distante, de um país distante, de uma realidade
ideal.
Escondeu
toda a grama, o asfalto e os paralelepípedos.
Escondeu
as coisas, as imperfeições. Foram dois dias de felicidade pueril.
Até
que na manhã seguinte
como
nos contos desapareceu.
Deixou uma atmosfera de humanidade à mostra
as estridências, o amor mal feito, os livros inacabados.
Uma
enorme poça d’água, (per)feita pra se afogar.
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