08 février 2018

Ultimamente, quando já não há mais pensamentos e sensações que me distraiam, me surge a palavra “deriva”.
Vejo um oceano plano, o céu todo branco ou todo azul,
e um pedaço de madeira balançando,
à deriva.

Algo aconteceu para que se encontre alí.
Mas a única coisa que vejo é o seu isolamento, e o fato de mover-se sem direção.
Segue, obedecendo forças naturais.

Ultimamente, me parece que tomo a forma do pedaço de madeira.
Sempre ouve uma razão para que eu me encontrasse no lugar onde estou.
Sem medir o espaço percorrido, continuei andando.

Daí, teve esse dia
olhei para trás e não reconheci a paisagem.


Nem pensei no miolo de pão. 

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