Em meio aos pássaros de cores deslumbrantes, e
cantos tão variados, que até dão impressão de outros bichos. Ou de Amazônia. Em
meio aos fogos, ao fim do pouco que ficou, e que logo não existirá mais. Em
meio à tanta besteira saída das bocas daqueles que deveriam pensar maior, mas não
conseguem tirar os olhos dos próprios pés. Em meio à língua, à História, à
requintes herdados do maneirismo. Em meio à lembranças, resquícios do corpo, sensações
impressas profundamente, e para sempre. Em meio à certeza que nunca nos tornamos
apátridas, que um pedaço de terra, de cultura, de hábito sempre podem nos
acolher. Em meio aos ruídos da noite, zumbidos de insetos que procuram
incessantemente a luz e batem na parede, ou se queimam na lâmpada. Em meio ao
isolamento, ao silêncio, ao breu natural. Em meio à sensação do começo do
mundo, ou no mínimo do começo de mim.
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