Aquela andorinha de penas azuladas, e barriga
branca feito cal. Bem de manhã, com a lua caindo devagar, esperava algum sinal
para atravessar o céu. O vento lhe arrepiava o corpo, formava um penacho na
cabeça pequena. Fechava e abria os olhos, à espreita. Brilhava no orvalho. Nenhuma
de suas agitações, nenhuma batida de asas acontecia sem que aquilo que lhe
rodeava pedisse um movimento seu. A andorinha era como tudo o que lhe cercava. Feita
de ritmo. Talvez um pio. Talvez um farfalho. Ou um galho quebrando. À andorinha,
apareceu uma razão para que se movesse com rapidez, as asas em evolução, a
altura, rapidamente. Submergida pela força do vento, sustentada por algo
invisível e extremamente presente. Ela se dava inteiramente à paisagem. Lhe
definia os contornos, assim como a paisagem lhe torneava andorinha. Era o
começo do dia.
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