Tem esses momentos em que os sentimentos coincidem com a realidade. Ou pelo menos temos a impressão que assim se sucede, e que inexiste um limite individual. O próprio ente pincelado num quadro infinito e dinâmico, cujas imperfeições e descompassos participam do equilíbrio estético. Mas outras vezes, a maioria delas, existe a dúvida. Os sentimentos se atropelam, misturam-se uns nos outros, e entrevemos pequenos indícios que nos levam a crer que aquilo que sentimos é verdade. Porém, a bem observar os detalhes, talvez nos enganemos. Talvez não sejam indícios, e sim simples ocorrências. Derivações de outros fatos. Talvez meus sentimentos sejam meros efeitos de uma ficção. A verdade é outra. A realidade é outra, impenetrável. E eu, sujeito, apêndice.
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